Hospital Bom Jesus adere campanha do Setembro Amarelo e desenvolve ações contra o suicídio

Hospital Bom Jesus adere campanha do Setembro Amarelo e desenvolve ações contra o suicídio

Com materiais distribuídos em vários setores da entidade  a ação quer alertar para as principais causas que levam a cometer o ato

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O comportamento suicida é considerado um sério problema de Saúde Pública, em face aos índices de ocorrência cada vez mais crescentes. Por conta disso, com o intuito de tentar contribuir para que esse índice diminua o Hospital Bom Jesus aderiu ao movimento Setembro Amarelo.

Com materiais distribuídos em vários setores da entidade  a ação quer alertar para as principais causas e o que pode levar as pessoas a cometer esse ato que é definido como um “ato voluntario, iniciado e executado  por uma pessoa com pleno conhecimento ou expectativa de êxito”.

A campanha de conscientização conta com o apoio do Ministério da Saúde que lançou a cartilha  de prevenção do suicídio”, que da ênfase ao tema como forma de orientar os profissionais a equipes de saúde mental, visando reduzir a taxa de suicídios, tentativas e danos consequentes desse comportamento inadequado.

De acordo com Eliane Althoff, Psicóloga Hospitalar e Clínica do Hospital Bom Jesus, os fatores estressores psicossociais são extremamente importantes. “Situação de conflito interpessoal, no ambiente de trabalho, transições, perdas, dificuldades de relacionamento e suporte social são fatores comuns e geradores de estresse, que podem desencadear (junto com os demais fatores etiológicos) os quadros depressivos e depende da intensidade da patologia ao ato suicida”, explica a profissional.

A psicóloga acrescenta que a melhor maneira de prevenir é ficar atento aos sintomas como isolamento social, perda de interesse pela vida, baixa auto-estima, desesperança e outros sintomas característicos de depressão. “Alem disso não podemos deixar de mencionar a família como peça fundamental na observação de mudança de comportamento dessa pessoa e incentivo a busca de ajuda profissional especializados para o devido tratamento”, comenta Eliane

Dados da Organização Mundial da Saúde apontam um  índice de 15 a 25% das pessoas que tentam o suicídio, serão reincidentes no ano seguinte, assim como dentre as pessoas que tentam suicídio, 10% conseguirão êxito nos próximos dez anos. Em Santa Catarina a incidência é de 71%, totalizando entre os anos de 1996 a 2001, cerca de 2.094 suicídios.

“Coletar dados sobre o suicídio torna-se um desafio, porque muitas vezes as famílias omitem o real motivo da morte, ou então tais informações tornam-se sigilosas, pois se acredita que a divulgação aberta dessas informações possa influenciar outras pessoas a cometerem um ato suicida”, finaliza a profissional.

No Hospital Bom Jesus a campanha de prevenção ao suicídio é desenvolvida pela Comissão de Educação Permanente em Saúde. E as cartilhas recebidas pelo Ministério da Saúde estão sendo trabalhadas de acordo com a necessidade e a demanda dos casos atendidos.

 

Outros dados:

É possível avaliar o processo do suicídio em três estágios: ideação suicida, tentativa de suicídio e o suicídio propriamente dito.

A ideação suicida é definida por idéias, pensamentos e o desejo de morrer, pela autodestruição, apresentando um risco de se tornar um provável suicida. Se encontra presente em pessoas com  os mais diversos tipos de transtorno. Nos últimos anos, várias pesquisas têm revelado a ideação suicida como presença constante em pacientes com sintomas de depressão e associam ideação suicida ao risco de tentativas de suicídio. Além disso, evidenciam que o indivíduo apresenta a ideação suicida em maior freqüência, do que as tentativas de suicídio ou o suicídio propriamente dito. Por essa razão, a ideação suicida torna-se o principal fator de risco para o ato suicida, tendo em vista que o nível de gravidade e o tempo de duração dos pensamentos suicidas estão intimamente relacionados com a probabilidade de tentativa de suicídio.

A tentativa de suicídio é a fase que se interpõe entre a ideação e o suicídio, na qual existe o planejamento para efetuação do ato em si. Alguns pesquisadores  argumenta que a estimativa quanto ao número de tentativas de suicídio supera o número de suicídios em pelo menos 10 vezes.

A depressão   classificado como transtorno de humor,  atinge ao longo da vida cerca de 5% a 12% dos homens, entre as mulheres apresenta uma pontuação de 10% a 25%. Destes, entre os deprimidos mais graves 15% se suicidam. Dessa forma, a depressão se torna  ponto central do desejo suicida por estar impregnada de expectativas negativas, já que as formas distorcidas ou patológicas da realidade, de  ver a si mesmo e ao mundo são fatores de risco para um encaminhamento suicida.

Pesquisas mostram que cada vez mais o comportamento suicida vem ganhando impulso em termos estatísticos e de impacto social. Segundo dados da cartilha de prevenção do suicídio do ministério da saúde (OMS,2000);

– O número de mortes por suicídio, em termos globais, para o ano de 2003 girou em torno de 900 mil pessoas.

-Na faixa etária entre 15 e 35 anos, o suicídio está entre as três maiores causas de morte.

-Nos últimos 45 anos, a mortalidade global por suicídio vem migrando em participação percentual do grupo dos mais idosos para o de indivíduos mais jovens (15 a 45 anos).

– Em indivíduos entre 15 e 44 anos, o suicídio é a sexta causa de incapacitação.

– Para cada suicídio há, em média, 5 ou 6 pessoas próximas ao falecido que sofrem conseqüências emocionais, sociais e econômicas.

-1,4% do ônus global ocasionado por doenças no ano 2002 foi devido a tentativas de suicídio, e estima-se que chegará .